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Transubstanciar Entrevista Mario Cau


T:Estamos aqui com Mario Cau , quadrinista independente ,criador da Petiscos,Nos,Terapia,Morphine,Quando a Noite fecha os Olhos ,tudo bem?

MC:Tudo Joia,Tudo Ótimo.

T:Entao eu queria saber o seguinte de 2009,2010 em diante a gente tem tido uma proliferação de quadrinho independente no Brasil e pra você como autor,isso ajudou,isso dificultou ou isso criou um parâmetro que tipo você tem que ter tal coisa pra lançar uma HQ independente ?

MC:Cara,eu acho que só ajudou,que esse crescimento do mercado independente só ajuda ,porque isso de certa forma obriga as editoras a perceber esses autores e trazer eles pra dentro,dai fica essa coisa não é mais o autor batendo na porta da editora com ideias ,os autores estão fazendo ,e ai se a editora se interessa por trabalhos novos ,interessantes,diferentes ,eles vão atrás destes autores que estão produzindo,com essa visão técnica,econômica, com os eventos está tudo deixando mais fácil de fazer quadrinho ,muito mais viável,você pode publicar só independente ,pode publicar na web,pode publicar via Catarse,via Editora ,tudo tem pros e contras ,mas tudo funciona.

T:Legal,e também eu estava falando mais cedo com o Marcatti,que ele tem um pouco mais de tempo que o resto do pessoal no mercado,ele estava falando que o mercado brasileiro sobrevive de BOOMS,nos anos 80 tivemos o BOOM dos quadrinhos de humor,depois tivemos o BOOM de quadrinhos de terror e atualmente nos temos o "BOOM" dos quadrinhos independente ,dai você acha que isso vai melhorar,vai terminar daqui um tempo,vai virar outra coisa?

MC:Cara,eu sou otimista no geral,eu prefiro pensar que eu concordo com o Marcatti que nos vivemos ciclos que se produzia muito e momentos que vivia na total crise ,aonde você não via produção de quadrinhos ,muito menos autoral,o que a gente tem hoje,e uma produção de quadrinho,que não e só de humor,só de terror,só underground,ela é de tudo que você imaginar ,então os autores tem mais liberdade criativa e possibilidades técnicas e mercadológicas pra levar o seu quadrinho pros leitores,e a próxima queda não sei quando ela vai acontecer ,mas talvez não chegue no zero produção pra depois ter um momento legal pra retomar tudo pra ter zero produção de novo,a internet existe hoje , os custos das gráficas estão mais baratos ,os autores tem mais contato com outros autores e diferente dos anos 70,80,90 , dos anos 2000 pra cá as coisas se tornaram mais interconectadas,um autor do Nordeste independente chega no Brasil Inteiro ,não que ele não chegasse antes,mas hoje você tem internet ,tem lojas,tem eventos , é mais fácil , você manda pelo correio pro cara,antes nos anos 80 era assim você troca fanzines com autores que você conhece e querem trocar ,era uma produção ,mais com cara de amadora que era voltada pra uma tiragem menor que atingia poucas pessoas,hoje em dia você vai pra qualquer lugar com seu trabalho ,vai pra fora do pais ,eu sou otimista ,se as coisas continuarem melhorando o mercado tem que acompanhar isso,porque da pra publicar sem editora ,mas não adianta nada se você publicar sem leitor.Os artistas aqui acho que todo mundo gostaria de sobreviver de arte ,seja quadrinho,seja de outra coisa ,pra isso ser viável se tem um ciclo de coisas , com certeza,o trabalho que o Sidao tem feito desde o comecinho desde a MSP 50 mostra que tem mais gente do que você conhece tem um cara la no meio de Goiás que e um excelente quadrinista ,o Sidao mostra pessoas do jeito que ele pode porque também ele não pode mostrar todo mundo ,porque o fato de ele mostrar alguns quer dizer que esses alguns vão mostrar os outros ,porque você vê eu estava na MSP +50 e o Will ,também estava e os meus colegas do Petisco mesmo que eles não tenham participado de uma MSP ,eles estão aqui no evento ,não tem essa distinção fulano participou,não participou ,no fundo todo mundo e autor de quadrinho e todo mundo esta aqui pra fazer quadrinho,a MSP é uma vitrine maior ,só isso.

T: É no caso as MSP estão ajudando, a divulgar os autores que talvez não sejam tão conhecidos assim...

T:Legal,de 2013 em diante a gente tem tido um crescimento das mulheres que fazem quadrinho qual é a sua opinião a respeito disso?

MC:Que venha mais ,muito mais,na verdade,eu acho que sempre devia ter mais mulheres fazendo quadrinhos ,sempre deveria ter mais produção de quadrinhos e leitor de quadrinhos,mais o mundo é como é ,não da pra mudar com o poder da mente as coisas,mas eu estou muito feliz que muitas mulheres estão surgindo como quadrinistas e respeitadas como quadrinistas, fazendo o trabalho com a temática delas ,e é injusto que os caras podem fazer e elas não, qual que é a diferença pra mim não existe .

T:Na verdade,do meu ponto de vista,antes não tinha incentivo,dos pais ,não tinha incentivo,era uma coisa meio assim,quadrinho é coisa de moleque e ponto.

MC:Assim como muitas imbecilidades que as pessoas tem na cabeça , isso é aquela coisa que está incrustada na cabeça das pessoas de geração em geração ,ah quadrinho é coisa de homem,era uma ideia plantada na cabeça das pessoas,mas que nem eu falei ,era uma ideia imbecil ,hoje nem tanto que eu acho que a tendência é isso continuar caindo,ainda tem muitos pais com preconceitos que não deixam as filhas fazerem uma aula de desenho,mas eles estão errados,deixa elas fazerem ,e uma questão de desenvolver talentos,desenvolver ideias , é injusto você barrar o potencial criativo das pessoas,então deixa elas,sabe,como eu falei não existe distinção nenhuma pra mais ninguém.

T:Legal,e também eu queria saber você tem interesse em transformar algumas das suas HQs em Animação?

MC:Olha,cara,eu me interesso muito por animação e muito por Cinema ,Teatro por Artes Visuais ,seria muito legal , a NOS virou um Motion Comics que é um meio termo entre quadrinhos e animação , não sei se as minhas historías ,o jeito que eu penso nelas funcionaria na animação ,mas eu penso muito em Cinema,fazer um Curta-metragem ou fazer uma serie de televisão,uma Longa-metragem ,eu gosto muito disso ,cara.

T:Em fazer um Curta-metragem?

T:Legal,e também,você passeia por vários gêneros ,mas sempre tem a questão do relacionamento isso esta bem incrustado no seu trabalho desde o começo ,você teria vontade de mexer com outros gêneros tipo quadrinho de terror ou uma coisa mais trágica talvez?

MC:Já fiz uma historía trágica que tinha uma dose de poética,já fiz uma historía de terror que tinha uma dose de poética,já fiz uma historía meio trash que tinha um dose de poética,fiz uma historía com o Rafael Fernandes pro Cripta do Xogum , e uma historia que tem gore ,tem zumbis,vísceras ,mulheres fazendo sexo cara ,só que tem um lance la no meio que e psicológico ,não importa o gênero de historías que eu vá fazer ,só que um caráter psicológico,dramático,eu nunca neguei de fazer super-herói , só que eu não quero fazer um super-herói raso,que não tem nada de nada,sei la ,eu quero fazer Ação,eu quero fazer infantil ,quero fazer humor,fiz 2 trabalhos pra editora Marsupial de humor,eu gosto pra caramba de variar gêneros , variar estéticas , eu só não gosto de personagem ,sem graça e historía sem profundidade.

T:E você já pensou em transformar alguma das suas HQs em Peças de Teatro?

MC:Já,já foi feito,inclusive teve um amigo meu de Campinas o MAX que ele trabalha com teatro num Colégio em Campinas com os alunos e todo ano ele apresenta uma Peça de Teatro,eles apresentaram Coraline um ano que foi bem legal,e um ano eles apresentaram uma adaptação do Pisces que é a minha série de historías curtas , e foi uma adaptação muito legal,foi meio Dogville porque não tinha cenário ,mas foi uma adaptação muito legal,ela ficou no âmbito do colégio ,foi lindo ,mas sei lá,eu adoraria que as minhas ideias fossem pra outra mídia cara.

Não chegou,mais eu gostaria que chegasse.

O que eu acho eu não tenho experiência com Teatro e com Cinema, de filma ,de dirigi,nem de atua,mas não sei se no momento ,eu escreveria uma peça de teatro baseada no meu trabalho,mas se alguém escrever uma peca de teatro baseada no meu trabalho e eu tiver uma participação nisso pra ajudar a adaptar,eu atuaria,ajudaria a dirigir,mas acho que sozinho eu não tenho como fazer.

T:Mas,como você falou ficou no âmbito do Colégio,não saiu ,não chegou nem num Teatro de Shopping por exemplo.

T:Legal,Obrigado.

MC:Eu que agradeço ,cara,muito legal.

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